Na última terça-feira (23), um crime chocante abalou a cidade de Recife. Um homem foi preso em flagrante após assassinar sua filha recém-nascida utilizando chumbinho, um veneno para ratos cuja comercialização é proibida no Brasil desde 2012. A Polícia Civil informou que o crime ocorreu na residência da família, localizada em Boa Viagem, na Zona Sul da cidade. A vítima, com apenas cinco dias de vida, foi socorrida, mas não resistiu a uma parada cardiorrespiratória.
A tragédia se desenrolou rapidamente. Após o envenenamento, a mãe da recém-nascida levou a criança para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da Imbiribeira, também na Zona Sul do Recife. Infelizmente, apesar dos esforços médicos, a pequena não sobreviveu. A UPA da Imbiribeira confirmou que a menina já chegou em estado crítico e, apesar das tentativas de reanimação, não foi possível salvá-la.
O crime ocorreu na Avenida Marechal Juarez Távora, e o suspeito, Charles Luiz Félix, de 44 anos, foi preso na manhã de quinta-feira (25). Após a prisão, Charles Luiz foi encaminhado ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), situado no bairro do Cordeiro, na Zona Oeste do Recife. Ele foi autuado por homicídio consumado e agora está à disposição da Justiça, aguardando audiência de custódia.
O portal g1 tentou contatar a defesa de Charles Luiz, mas até o momento não obteve resposta. Além disso, procurou o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) para informações sobre o resultado da audiência de custódia, mas não recebeu nenhuma atualização até a última publicação desta reportagem.
Investigações revelaram antecedentes criminais de Charles Luiz. Em outubro de 2023, ele foi alvo de uma medida protetiva expedida pela Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra Mulher de Jaboatão dos Guararapes, devido a maus-tratos contra crianças e adolescentes. Como a vítima do processo era menor de idade, os detalhes não foram divulgados, mas o histórico aponta para um padrão preocupante de comportamento violento.
Além das acusações recentes, Charles Luiz também tem um histórico criminal anterior. Em 2011, ele foi acusado de furto contra uma defensora pública com deficiência visual. Após a morte da vítima, ocorrida no mesmo ano, ele realizou várias transações fraudulentas, incluindo saques, transferências e empréstimos, somando mais de R$ 20 mil. No entanto, o processo foi arquivado no ano passado devido à prescrição.
Esse crime brutal e a revelação dos antecedentes de Charles Luiz Félix trazem à tona a questão da reincidência criminal e a eficácia das medidas protetivas. A comunidade de Recife está em choque, e a tragédia serve como um lembrete sombrio da necessidade de vigilância contínua e intervenções eficazes para proteger os mais vulneráveis. A cidade agora espera por justiça, enquanto a família da recém-nascida lida com a dor insuportável de uma perda irreparável.
