João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, foi condenado a 118 anos, oito meses e 15 dias de prisão. Essa sentença resulta de três processos adicionais nos quais ele foi julgado por estupro de vulnerável e violação sexual mediante fraude. Os crimes ocorreram entre 2010 e 2018 e envolveram oito vítimas, conforme o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO). Além da pena de prisão, João de Deus foi condenado a pagar uma indenização de R$ 100 mil.
João de Deus era conhecido por realizar atendimentos espirituais no centro Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, Goiás. Ele alegava realizar milagres, atraindo milhares de pessoas, incluindo celebridades e políticos de renome. No entanto, o local se tornou palco de numerosos crimes sexuais, conforme relatos das vítimas que frequentaram suas sessões.
Desde setembro de 2021, João de Deus cumpre prisão domiciliar em Anápolis, Goiás, devido à sua idade avançada e várias doenças crônicas. Ele foi preso preventivamente pela primeira vez em dezembro de 2018, após diversas denúncias de estupro. Com a nova condenação, sua pena totaliza 370 anos, nove meses e 15 dias de prisão.
O advogado de defesa, Anderson van Gualberto, declarou que ainda não foi formalmente notificado das novas sentenças. Ele afirmou que, se a nova sentença seguir os mesmos critérios das anteriores, ela poderá ser revisada pelos tribunais superiores, pois, segundo ele, o conteúdo não está em conformidade com a legislação penal brasileira. A defesa planeja aguardar a intimação para apresentar os recursos necessários.
João de Deus, nascido em 1942 em Cachoeira de Goiás, construiu uma reputação como médium curandeiro, empresário e fazendeiro. Atuava principalmente em Abadiânia, Goiás, mas também realizou apresentações em diversos países, como Estados Unidos, Alemanha e Austrália. Sua fama internacional aumentou após a participação da apresentadora Oprah Winfrey em suas cerimônias em 2012.
Entre as personalidades que buscaram suas supostas curas estavam políticos como Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Bill Clinton, além de celebridades como o psicoterapeuta Wayne Dyer, a apresentadora Xuxa e os atores Marcos Frota e Shirley MacLaine. No entanto, sua carreira ficou marcada pelos graves crimes sexuais que cometeu, manchando sua reputação de líder espiritual.
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